Arquivos mensais: Maio 2014

Você Conhece? ActRaiser

  • ActRaiser

Na época, as capas dos jogos realmente não eram lá muito bem planejadas, não é mesmo?

 

Jogos inspirados em conteúdo religioso são sempre polêmicos, mas hoje em dia eles existem aos montes e até que são bem aceitos pelos jogadores, enquanto, em parte, tem suas críticas quanto a sua temática absorvidas. Agora, na década de 90, isso era um dilêma e fazer um jogo envolvendo religião era o mesmo que correr o risco de tê-lo boicotado ou até mesmo proibido em algumas regiões. Isso não impediu a Enix de publicar Act Raiser, jogo de simulação e plataforma para SNES, desenvolvido pela Quintet, em 1990.

Nele, o jogador assumia o papel de uma entidade chamada “O Mestre” que, após uma luta de gigantescas proporções contra o demônio Tanzra, entrou em sono profundo para se recuperar dos seus ferimentos. Quando acordou, viu que estava fraco, pois a fonte de seu poder, que são seus fiéis, estavam dispersos e agora ele deve resgatar a fé da humanidade para então conseguir força suficiente para derrotar o demônio. Na versão japonesa, o mestre se chamava Deus e, logicamente, Tanzra se chamava Satan, o que foi modificado na tradução para o Ocidente, mas ainda assim o próprio enredo do jogo remete muito ao monoteísmo cristão. Os nomes foram mudados por causa das regras de censura da Nintendo da América, que proibia a utilização de temas religiosos em seus jogos (e hoje é a principal plataforma da série Shin Megami Tensei, vai entender…).

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Gêneros: Capítulo 5 – Beat’em Up e Hack’n Slash

E ae galera, como vai? Depois de algum tempo sem postar, voltei a ativa com o quinto capítulo sobre gêneros, faltando pouco para completar o grupo dos jogos de ação. Hoje falaremos sobre os Beat’em Ups e Hack’n Slash, muito utilizados em jogos de ação generalizada e a casa de alguns dos maiores sucessos da atualidade.

A série Final Fight é com certeza um dos Beat’em Ups mais famosos do SNES.

 

  • O que é Beat’em Up e Hack’n Slash?

Basicamente, Beat’em Up e Hack’n Slash se constituem no mesmo gênero, onde o jogador deve enfrentar hordas de inimigos com apenas um personagem (em alguns casos há auxiliares) utilizando séries de golpes variadas em um cenário livre, porém muitas vezes com passagens bloqueadas até que o jogador supere todos os oponentes. Beat’em Up significa literalmente “espanque-os”, o que condiz bastante com o estado que os botões ficam. Já Hack’n Slash significa algo como “cortar e retalhar”. A diferença básica é que os Beat’em Ups enfatizam combates corpo a corpo com mãos limpas enquanto Hack’n Slashs focam em armas brancas. Normalmente, Beat’em Ups são mais estratégicos e exigem mais do tempo de reação do jogador dependendo do oponente (como dar contra-ataques ou arremessar o inimigo contra os demais oponentes), enquanto Hack’n Slash possui uma liberdade de movimento maior e é mais frenético, tendendo a execução de alguns movimentos automaticamente para melhorar a dinâmica.

Na realidade, o nome Hack’n Slash também é utilizado por um subgênero dos RPGs que conheceremos mais a frente, entretanto o termo é comumente usado em reviews e pelos jogadores para descrever ambos os jogos, o que causa uma certa confusão, mas é completamente aceitável utilizar o termo para definir qualquer um dos gêneros, embora seja bem mais comuns entre os RPGs que entre os jogos de ação.

A série Batman Arkham é um excelente reuso da fórmula dos Beat’em Ups, misturando jogabilidade inovadora, carisma do morcego da DC e seus inimigos, além de gráficos excelentes.

 

  • História

O primeiro Beat’em Up a ganhar popularidade foi Kung Fu Master de 1984, também chamado de Spartan X, jogo baseado em um filme de Jackie Chan para Arcades onde o jogador deveria passar por cinco andares para resgatar a namorada do protagonista. Em 1987 foi lançado Double Dragon, que definiu o gênero, além de permitir dois jogadores, tornando-o um verdadeiro sucesso. Na era SNES e Mega Drive vários grandes clássicos como Final Fight e Streets of Rage foram usufruindo de sua fórmula, até a chegada dos jogos 3D nas eras PSX e PS2 que despopularizou o gênero. Entretanto, nas novas gerações, podemos ver seus filhos dando frutos, como na aclamada série Batman Arkham.

Com o lançamento de Golden Axe, em 1989, a subdivisão em Hack’n Slash começou a tomar forma, praticamente ganhando o lugar do Beat’em Up no PS2, com jogos como God of War e Devil May Cry, com o avanço gráfico e as melhorias na jogabilidade. Nas gerações atuais, o Hack’n Slash permanece em alta, entretanto com a adição de vários elementos de outros gêneros, o que é de se esperar para basicamente qualquer tipo de jogo.

Jackie Chan fazendo história no mundo dos jogos com Kung Fu Master.

 

  • Pra quem é recomendado?

Tanto Beat’em Ups quanto Hack’n Slashs possuem uma jogabilidade bem fácil de se aprender, entretanto a maioria dos jogos vai dando ao jogador mais e mais movimentos para que o mesmo possa diversificar sua maneira de jogar, onde tais são necessários em níveis de dificuldade mais altos. Em geral são jogos de curto a médio tempo de gameplay (embora alguns possam ser bem longos, principalmente aqueles misturados a RPGs) e de fácil aprendizagem, portanto recomendado pra jogadores que não querem sofrer tanto, com Devil May Cry reboot, Castlevania Lord of Shadows, Batman Arkham e afins.

Já pra quem gosta de mais dificuldade, o gênero também não faz feio. Dark Souls é um RPG de Ação com elementos de Hack’n Slash que vai fazer qualquer um querer trocar de fígado, tanto o primeiro quanto o segundo são terríveis e impiedosos. Tão impiedoso quanto este, são as séries Ys e Ninja Gaiden, que conseguem realmente fazer alguns quebrar itens de sua sala de estar. Portanto é um gênero bem versátil, sendo que é completamente válido dar uma boa pesquisada no jogo pretendido antes de comprá-lo.

The King of the Dragons, cara, eu amava esse jogo.

 

  • Misturando Gêneros

Estes gêneros são basicamente a contra parte dos jogos de tiro já vistos, portanto conseguem possuir a mesma versatilidade. RPGs (ó senhor de todas as gororobas) são comumente misturados, dando origem ao que chamamos de RPG de ação (embora o termo seja bem mais abrangente e que veremos mais a frente) com jogos como Dark Souls, Kingdom Hearts e Marvel Ultimate Alliance. Entretanto, elementos mais leves são observados na maioria dos jogos deste gênero atualmente, como em Devil May Cry e Deadpool.

Não dá pra deixar de mencionar Dynasty Warriors e Devil Kings, ambos misturando estratégia com Hack’n Slash com hordas e mais hordas de oponentes e muitos personagens destraváveis. Plataformas são utilizados como elemento chave da jogabilidade, inclusive para dar mais dinâmica a alguns oponentes e chefes, sendo o caso do já mencionado Devil May Cry e do famigerado God of War.

Você vai entender o nome Hack’n Slash quando jogar um Ninja Gaiden e ver Ryu estraçalhando os adversários…ou sendo estraçalhado, se você for ruim.

 

  • Variações

No começo, o Beat’em Up utilizava uma fórmula sidescrolling muito comum entre os jogos de plataforma, porém isso foi rapidamente substituído em Double Dragon e Golden Axe por um cenário onde o jogador poderia não só ir para frente e para trás, mas também para cima e para baixo, podendo esquivar das investidas dos adversários. Esse estilo ficou bastante popular na era 16 bits e nos Arcades, com jogos como Final Fight e Dungeons and Dragons.

Com o começo da era 3D, os cenários ficaram mais amplos e largas camadas de elementos de plataforma foram utilizados para tornar a jogabilidade mais versátil. Na era 32 bits o gênero teve um certo desuso, já que eram poucos os jogos que tinham uma jogabilidade fluída, mas deu uma respirada com algumas tentativas como Fighting Force (não me leve a mal, mas eu ODEIO Fighting Force por alguma razão desconhecida), onde o cenário se tornou completamente explorável, embora ainda mantivesse a fórmula de lutas corporais. No 64 bits foi onde começou os Hack’n Slashs de velocidade, como Devil May Cry e God of War, que misturavam plataforma e tinham grande apelo entre o público.

Por fim, nos consoles atuais os Beat’em Ups ganharam nova cara, com uma jogabilidade mais fixa e estratégica, com alguns elementos de gêneros com características que favorecem esta tendência, como o Stealth, enquanto os Hack’n Slashs diversificaram bastante com várias misturas com os mais variados gêneros. Resumindo, o gênero gerou uma base bem fixa para as mais variadas ideias.

Dynasty Warriors e Devil Kings seguem uma fórmula única, misturando estratégia e usando os demais personagens jogáveis como chefes para a campanha dos demais.

 

  • Exemplos de Jogos:

Beat’em Up SideScrolling

  • Kung Fu Master
  • Shanks
  • Shanks 2

Beat’em Up SideScrolling com liberdade vertical

  • Teenage Mutant Ninja Turtles
  • Double Dragon
  • Final Fight

Beat’em Up 3D

  • Fighting Force
  • Batman Arkham Asylum
  • God Hand

Hack’n Slash

  • Devil May Cry
  • God of War
  • Dynasty Warriors

God of War ganhou fama misturando grande brutalidade, mitologia grega e combates interativos e divertidos.

 

Galera, esse é um gênero muito abrangente onde cada caso é um caso, estudem bem os estilos que gostaram se quiserem usufruir deles, pois não há uma fórmula para dizer se vão gostar dos jogos por serem de um gênero que você já jogou. Até a próxima!